🌱 Deficiências de Micronutrientes na Doença Inflamatória Intestinal: Uma Realidade Subestimada
- Projeto Sementes do Bem
- 16 de jul.
- 2 min de leitura
As Doenças Inflamatórias Intestinais (DII) — como a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa — são enfermidades complexas e multifatoriais, caracterizadas por inflamação crônica do trato gastrointestinal. Além dos sintomas digestivos, essas condições frequentemente causam deficiências nutricionais silenciosas, que comprometem o metabolismo, a imunidade, a cognição e a resposta terapêutica.
Um estudo recente publicado em 2025, intitulado "Trends of Micronutrient Deficiencies in Inflammatory Bowel Disease", trouxe dados importantes sobre a prevalência e os efeitos clínicos dessas deficiências em pacientes hospitalizados com DII.
📊 O que mostrou o estudo?
A pesquisa avaliou 356 pacientes com DII (285 com Doença de Crohn e 71 com Retocolite Ulcerativa), analisando os níveis séricos de quatro micronutrientes fundamentais:
Vitamina B1 (Tiamina)
Vitamina B6 (Piridoxina)
Vitamina B12 (Cobalamina)
Zinco
Os resultados foram expressivos: 29,8% dos pacientes apresentavam deficiência em pelo menos um desses nutrientes, mesmo em fases de remissão clínica.
Frequência das deficiências por tipo de DII:
⚠️ O que essas deficiências causam?
Mesmo com alimentação adequada, pacientes com DII podem apresentar baixa absorção intestinal, inflamação sistêmica e aumento da excreção de micronutrientes. O impacto clínico dessas deficiências vai muito além da nutrição básica.
Principais sintomas associados:
B1 (Tiamina): fadiga, taquicardia, confusão mental, neuropatia
B6 (Piridoxina): depressão, queilite, inflamação crônica, parestesias
B12 (Cobalamina): anemia, alterações cognitivas, neuropatia periférica
Zinco: diarreia, infecções recorrentes, queda de cabelo, alteração no paladar
Esses sintomas muitas vezes são confundidos com a própria atividade da doença, dificultando o diagnóstico das deficiências.
🔬 Mecanismos envolvidos
As deficiências observadas no estudo decorrem de múltiplos fatores interligados:
Inflamação intestinal crônica, que danifica a mucosa e prejudica a absorção
Disbiose e estresse oxidativo, que afetam o metabolismo de vitaminas e minerais
Cirurgias intestinais prévias e ressecções do íleo (no caso da B12)
Uso prolongado de imunossupressores ou corticoides
Dietas restritivas ou baixa ingestão proteico-calórica
📌 Conclusão
A presença de deficiências de micronutrientes em pacientes com DII é frequente, clinicamente relevante e muitas vezes negligenciada. Elas contribuem para piora dos sintomas, maior risco de complicações, atraso na cicatrização e prejuízo da qualidade de vida.
Esse estudo reforça a necessidade de avaliações laboratoriais periódicas, estratégias preventivas e protocolos personalizados de suplementação, especialmente em pacientes com histórico de internações, diarreia crônica ou sintomas neurológicos sutis.
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Referências:
MIQUEL-CHAMBERS, Christopher. Trends of Micronutrient Deficiencies in Inflammatory Bowel Disease. Gastroenterology and Hepatology Research, v. 6, n. 1, p. 2836-2888, 2025.






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