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O Eixo Intestino-Olho: A Conexão entre o Microbioma Intestinal e a Degeneração Macular Relacionada à Idade

O Eixo Intestino-Olho: A Conexão entre o Microbioma Intestinal e a Degeneração Macular Relacionada à Idade
O Eixo Intestino-Olho: A Conexão entre o Microbioma Intestinal e a Degeneração Macular Relacionada à Idade

A degeneração macular relacionada à idade (AMD) é uma das principais causas de perda de visão em idosos, impactando a qualidade de vida e a independência. Embora a genética e o envelhecimento desempenhem papéis importantes, fatores ambientais, como a saúde do microbioma intestinal, estão emergindo como peças-chave no entendimento e manejo da AMD. Neste texto, exploramos como o eixo intestino-olho conecta o microbioma intestinal à saúde ocular e como essa relação pode abrir caminhos para novas abordagens terapêuticas.


O que é a AMD e por que o Microbioma Importa?

A AMD é uma doença neurodegenerativa progressiva que afeta a mácula, a região central da retina responsável pela visão de detalhes. Essa condição pode ser classificada como:


  • Seca: Caracterizada pela atrofia da mácula.

  • Úmida: Marcada pelo crescimento anormal de vasos sanguíneos sob a retina.


O microbioma intestinal, composto por trilhões de microrganismos, desempenha um papel crucial na regulação da inflamação e na integridade de barreiras como a barreira intestinal, hematoencefálica e hematorretiniana. Alterações no equilíbrio do microbioma, conhecidas como disbiose, podem contribuir para a progressão da AMD por meio de inflamações sistêmicas e danos à retina.


Como o Microbioma Intestinal influencia a AMD?


1. Disbiose e Inflamação Sistêmica

Um microbioma saudável é fundamental para a produção de metabólitos benéficos, como os ácidos graxos de cadeia curta (SCFAs), que regulam a inflamação e a saúde das barreiras. Quando ocorre disbiose:


  • Aumento de Lipopolissacarídeos (LPS): Derivados de bactérias gram-negativas, os LPS ativam receptores TLR4, promovendo inflamação crônica que afeta diretamente a retina.

  • Permeabilidade Intestinal: O "intestino permeável" permite que toxinas e patógenos entrem na circulação, desencadeando respostas inflamatórias sistêmicas.


2. Metabólitos Intestinais e a Retina

  • SCFAs: Esses compostos, como acetato e butirato, protegem a barreira hematorretiniana e modulam a inflamação local.

  • TMAO (Trimetilamina-N-óxido): Níveis elevados de TMAO, associados a dietas ricas em carne vermelha e pobre em fibras, estão correlacionados com disfunção mitocondrial e envelhecimento celular na retina.


3. Alterações no Microbioma em Pacientes com AMD

Estudos indicam que pacientes com AMD apresentam:

  • Aumento na proporção de bactérias Firmicutes em relação a Bacteroidetes.

  • Redução de bactérias produtoras de SCFAs, exacerbando a inflamação.


Fatores Dietéticos e Saúde Ocular

A dieta tem um impacto profundo na composição do microbioma intestinal e, consequentemente, na saúde ocular.


Dietas Prejudiciais

  • Dieta Ocidental: Rica em gorduras saturadas, açúcares e alimentos processados, agrava a disbiose e aumenta a inflamação.


Dietas Protetoras

  • Dieta Mediterrânea: Rica em antioxidantes, fibras e ácidos graxos ômega-3, protege contra a progressão da AMD ao promover um microbioma equilibrado e reduzir inflamações.


Abordagens Terapêuticas potenciais


1. Suplementação com SCFAs

A suplementação com ácidos graxos de cadeia curta pode melhorar a integridade da barreira hematorretiniana e reduzir inflamações.


2. Prebióticos e Probióticos

  • Prebióticos: Fibras que promovem o crescimento de bactérias benéficas.

  • Probióticos: Suplementação com bactérias específicas pode modular o microbioma e reduzir os riscos associados à AMD.


3. Inibidores de LPS-TLR4

Bloquear a ativação dessa via pode prevenir a inflamação exacerbada e proteger contra danos à retina.


Conclusão

O eixo intestino-olho destaca a complexidade da relação entre o microbioma intestinal e a saúde ocular. Intervenções baseadas na modulação do microbioma, como ajustes dietéticos, suplementação de prebióticos/probióticos e novas terapias, oferecem uma abordagem promissora para prevenir e tratar a degeneração macular relacionada à idade.


Lembre-se, sempre consulte um profissional de saúde especializado para orientações personalizadas. Com a natureza como aliada, estamos trilhando um caminho rumo ao bem-estar e ao restabelecimento da saúde! 🌱✨


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Referências:


JIN, Qianzi et al. The gut–eye axis: from brain neurodegenerative diseases to age-related macular degeneration. Neural Regeneration Research, p. 10.4103, 2024.

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