Microplásticos e Nanoplásticos: Impactos na Saúde Neurológica e Mecanismos de Toxicidade
- Projeto Sementes do Bem
- 16 de dez. de 2024
- 3 min de leitura

Os microplásticos (MPs) e nanoplásticos (NPs) são partículas plásticas minúsculas que resultam da degradação de produtos plásticos descartados no meio ambiente. Com tamanhos variando de menos de 1 micrômetro (NPs) até 5 milímetros (MPs), essas partículas são amplamente reconhecidas como uma nova classe de poluentes que ameaça não apenas os ecossistemas, mas também a saúde humana. Entre os diversos sistemas afetados, o sistema nervoso central (SNC) é uma das principais preocupações devido à sua vulnerabilidade e importância para o funcionamento do organismo.
Como os Micro e Nanoplásticos Afetam o organismo?
Os MPs/NPs entram no corpo humano principalmente por três vias:
Ingestão: Alimentos contaminados, como frutos do mar e sal marinho, são fontes comuns de MPs/NPs.
Inalação: Partículas suspensas no ar podem ser inaladas, depositando-se nos pulmões.
Absorção Cutânea: Embora ainda não haja comprovação definitiva, partículas menores que 100 nanômetros podem atravessar a barreira da pele.
Após entrarem no corpo, essas partículas podem atravessar barreiras biológicas como a barreira hematoencefálica (BBB), chegando ao cérebro. Estudos também identificaram MPs/NPs em fluidos corporais, como sangue, urina e líquido cefalorraquidiano.
Impactos Neurológicos e mecanismos tóxicos
Os MPs/NPs interferem em diversas funções cerebrais, provocando efeitos adversos como:
1. Disfunção de Neurotransmissores
Partículas plásticas podem alterar a síntese, liberação e captação de neurotransmissores como dopamina, serotonina e GABA. Isso afeta processos cognitivos, como memória e aprendizado, além de contribuir para transtornos psiquiátricos.
2. Inflamação e Estresse Oxidativo
MPs/NPs ativam células microgliais no SNC, desencadeando inflamações e gerando espécies reativas de oxigênio (ROS). Esses fatores resultam em neurodegeneração e morte neuronal.
3. Disrupção do Eixo Intestino-Cérebro
Os MPs/NPs alteram a microbiota intestinal e induzem inflamações no trato gastrointestinal, que, por sua vez, afetam a função cerebral por meio do nervo vago e de fatores imunológicos liberados na corrente sanguínea.
4. Comprometimento do Eixo Fígado-Cérebro
Acúmulos de MPs/NPs no fígado provocam inflamações e desordens metabólicas, que podem impactar o SNC por meio da liberação de mediadores inflamatórios e toxinas.
Relação com Doenças Neurológicas
Evidências sugerem que os MPs/NPs estão associados a diversas condições neurológicas, como:
Doença de Alzheimer (DA): Neuroinflamação causada por MPs/NPs exacerba a formação de placas amiloides e proteínas tau, marcadores da DA.
Doença de Parkinson (DP): MPs/NPs afetam o metabolismo energético em regiões cerebrais como a substância negra, promovendo a degeneração de neurônios dopaminérgicos.
Autismo e Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): Estudos em modelos animais indicam que MPs/NPs podem influenciar genes associados ao desenvolvimento neurológico, aumentando o risco dessas condições.
Depressão e Ansiedade: MPs/NPs afetam a produção de serotonina e dopamina, contribuindo para alterações de humor.
Epilepsia: Estudos em modelos de zebrafish mostram que MPs/NPs podem provocar atividade elétrica anormal no cérebro, simulando convulsões.
Medidas de prevenção e tratamento
A redução dos impactos dos MPs/NPs requer ações em múltiplos níveis:
Prevenção Ambiental e Individual
Diminuição do consumo de plásticos descartáveis e incentivo à reciclagem.
Consumo consciente de alimentos menos contaminados, como frutos do mar provenientes de áreas monitoradas.
Intervenções Terapêuticas
Pesquisas recentes destacam substâncias que podem mitigar os efeitos neurotóxicos:
Vitamina D: Atua como antioxidante, reduzindo o estresse oxidativo e a inflamação no cérebro.
Melatonina: Protege contra danos mitocondriais em neurônios.
Epigalocatequina-3-Galato (EGCG): Melhora a saúde intestinal, reduzindo inflamações que afetam o cérebro.
Embora os estudos sobre os impactos dos MPs/NPs na saúde humana ainda estejam em estágios iniciais, as evidências acumuladas apontam para a necessidade urgente de ações preventivas e terapêuticas. A exposição a essas partículas é inevitável no mundo moderno, mas entender seus mecanismos de ação e buscar intervenções eficazes pode ajudar a minimizar os danos à saúde.
O comprometimento da saúde neurológica por MPs/NPs não é apenas uma preocupação ambiental, mas também uma questão de saúde pública que exige esforços integrados entre ciência, política e educação.
Lembre-se, sempre consulte um profissional de saúde especializado para orientações personalizadas. Com a natureza como aliada, estamos trilhando um caminho rumo ao bem-estar e ao restabelecimento da saúde! 🌱✨
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Referências:
SUN, Junjie et al. Microplastics/nanoplastics and Neurological Health: An Overview of Neurological Defects and Mechanisms. Toxicology, p. 154030, 2024.
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